sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Renan Calheiros volta a comandar Senado seis anos após renúncia para evitar cassação


O senador Renan Calheiros (PMDB/AL) foi eleito, com 56 votos, nesta sexta-feira (1º) como presidente da Casa e do Congresso Nacional. Renan disputou o posto com Pedro Taques (PDT-MT), que recebeu 18 votos. Dos 78 votantes, dois votaram nulo e dois em branco.
A escolha de Renan Calheiros para a presidência do Senado Federal levanta alguns questionamentos sobre o que isso representa para a política brasileira e para o Ceará. O pesquisador político e professor da Universidade Federal do Ceará, Jamil Marques, acredita que essa eleição não deve trazer grandes mudanças para o estado.
Jamil explica que o retorno de Renan para a presidência da Casa em substituição ao senador José Sarney (PMDB/AP) significa a continuidade do mesmo partido à frente do Senado Federal e, portanto, não traz alterações profundas para o Brasil e Ceará. “A continuidade do mesmo partido já dificulta a existência de uma grande mudança e também acredito que a escolha de um senador de outro estado não interfere no Ceará”, esclarece.
Legitimidade
O pesquisador também chama a atenção para outro ponto importante na eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado. Ele ressalta que a escolha do senador alagoano representa o cumprimento de apenas uma parte da democracia.
“A primeira coisa que eu destaco é a legitimidade do processo. Renan foi eleito como senador e como presidente de formas legítimas. Nesse quesito, não há o que questionar, mas a democracia também tem outra regra: a moralidade pública e transparência. Diante de todas as acusações que Renan Calheiros já foi alvo, essa últimas regras da democracia não foram respeitadas nesta eleição”, acrescenta.
Renúncia
Há seis anos, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a presidência do Senado pela porta dos fundos. Acusado de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira, Renan teve suas contas devassadas, perdeu musculatura política e não lhe restou outra saída senão renunciar ao posto para evitar ser cassado.
Volta por cima?
Renan Calheiro conseguiu, porém, ser eleito novamente e agora é considerado o nome certo para comandar o Congresso até 2014, ano da corrida presidencial. Convencido do seu amplo favoritismo, Renan procurou fugir dos holofotes nos últimos dias. Como maior bancada do Senado, o PMDB teve a prerrogativa de indicar o novo presidente.
Alan Barros – Jangadeiro Online

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